quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A vocação do PMDB

A recente convenção do PMDB confirmando Michel Temer como vice de Dilma Rousseff, confirma a linha seguida pelo PMDB, depois de Ulysses. O Partido perdeu a ambição de chegar ao governo e prefere participar, oferecendo sua forte estrutura partidária. E em troca ocupar um bom número de cargos de primeira linha. A última participação com candidato foi em 1994 com Orestes Quércia, mas os sinais já estavam presentes.


Antes, após uma decisiva participação na fase de redemocratização, o PMDB perdeu com a morte de Tancredo Neves a melhor oportunidade de governar o país. A liderança de Ulysses foi muito importante na Constituinte e nas Diretas Já, mas depois deles a situação mudou.

Ainda existem alguns nomes identificados com aquela linha de ação. Aí estão Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos entre outros, mas são minoria. Quem se beneficiou desta fase de transição do PMDB foi José Sarney que, não só assumiu a Presidência em 1985 nas condições conhecidas e, aos poucos, fez valer sua influência e poder, ingressando de vez no PMDB. O Partido de hoje, às vezes, chega a lembrar algumas fases do antigo PSD, um partido que acabou deixando como uma das lembranças a sua capacidade de negociação política.

E, sobretudo a vocação para o poder, usando suas máquinas partidárias nos estados.