quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

NOTICIAS DO BLOG AMIGOS DO PRESIDENTE LULA

Yeda governadora e Serra presidente! Êta palanque... Só falta o Arruda de vice

Em Imbé, no litoral gaúcho, o PSDB realiza encontro estadual do PSDB, neste sábado, quando a governadora Yeda Crusius (PSDB/RS) será aclamada candidata à reeleição pelos tucanos gaúchos, mesmo após toda a corrupção demo-tucana que vigorou em seu governo.

Agora José Serra (PSDB/SP), o presidenciável demo-tucano, tem palanque garantido no RS, já que todos os outros candidatos a governador do RS deverão apoiar Dilma.

Enviar por e-mail: Por: Zé Augusto . 10:30:00 AM - 1 Comentário - Link para esta postagem

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
PSDB quer que o povo esqueça que eles chamaram o Bolsa Família de Bolsa Esmola

O PSDB se reúne hoje em Brasília em busca de respostas para uma dúvida exposta por sua bancada: como abordar, num ano eleitoral, o programa que é vitrine do governo Lula, o Bolsa Família.

A pedido da bancada do PSDB no Senado e na Câmara, foi criada uma comissão com a missão de apresentar um discurso para área social. No partido, o consenso é o de que o Bolsa Família, antes chamado pelos tucanos de Bolsa Esmola, agora, deve ser mantido e ampliado. A tarefa da comissão -que inclui técnicos do partido e parlamentares- é definir a forma.

Um dos integrantes da comissão, o deputado Eduardo Barbosa (MG) explica que o problema foi apresentado durante a reunião da bancada no início deste mês.
"Ventilou-se como o PSDB se posicionaria publicamente, principalmente no ano eleitoral, frente ao Bolsa Família, que é um programa que dá sustentação ao atual governo", disse Barbosa.

"A proposta é sobre a abordagem, como tratar do ponto de vista da comunicação", resumiu o líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA).Outro integrante da comissão, o deputado Emanuel Fernandes (SP) ressalta que essa não é a consolidação de uma programa de governo para o PSDB, mas de um discurso para seus parlamentares. "Estamos discutindo a diferença dos nossos discursos para os outros partidos."

A convite de Eduardo Graef, o vereador Floriano Pesaro e Ana Lobato, coordenadora da área social do governo FHC, farão uma exposição sobre a origem do Bolsa Escola e de novos modelos de programas sociais desde então.

Enviar por e-mail: Por: Helena™ . 9:31:00 AM 2 Comentários Link para esta postagem

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Comprovado: Alagão em São Paulo é do desgoverno de Serra e Kassab

A culpa pelas grandes enchentes que têm assolado a capital paulista, recentemente transferida para a população que joga lixo nas ruas e até para São Pedro, é basicamente de gestão.

Os argumentos do governador José Serra (PSDB) e do prefeito Gilberto Kassab (DEMos) não resistem a uma análise de suas próprias ações nos últimos anos. Para isso, basta lembrar a importância do desassoreamento do Rio Tietê e da limpeza dos córregos e dos piscinões para que a cidade resista até às chuvas mais leves. Daí observa-se que os dois governantes criaram a situação de limite no sistema hídrico de São Paulo. Os motivos são basicamente quatro:

Calha do Tietê:

Nos últimos três anos, Serra não retirou a terra e os dejetos do fundo do Rio Tietê. Seu antecessor, o também tucano Geraldo Alckmin, gastou R$ 1,7 bilhão nas obras de aprofundamento da calha do principal rio da capital. Por conta disso, o rio hoje dá conta apenas de metade do fluxo de águas.

Em outubro de 2008, o governo estadual firmou contratos para retirar 400 mil m³ de terra da calha do Tietê, mas só retiraram 310 mil m³. Os especialistas são unânimes em afirmar que seria necessário retirar um milhão de m³.

Ou seja: nem metade do necessário foi feito. Entre os anos de 2000 e 2008, o gasto do Governo Serra foi reduzido em mais de 80% na Calha do Tietê. Só em 2009, ele foi de cerca de 50% até dezembro. Quanto ao orçamento para as obras da Calha diminuiu em R$ 128 milhões de 2009 para 2010. Os dados estão nas contas do próprio governo Serra.

Limpeza dos Córregos:

Quase metade das subprefeituras de São Paulo não limpou margens e calhas dos córregos da cidade após os temporais do mês passado, o janeiro mais chuvoso dos últimos 60 anos. São 31 subprefeituras e 13 delas (42%) passaram o primeiro mês do ano sem investimentos neste serviço, conforme revelou o jornal “O Estado de São Paulo”. Além disso, os valores empenhados para a limpeza dos córregos neste ano, quando a administração assume o compromisso de pagamento, correspondem a cerca um quinto do gasto no mesmo período em 2009.

Sem a limpeza, os resíduos vão para os rios Tietê e Pinheiros, contribuindo para o assoreamento deles.

Piscinões:

O Plano de Macrodrenagem para a Região Metropolitana de São Paulo, de 11 anos atrás, não foi concluído, mas já está totalmente defasado.

Ele prevê que a Bacia do Alto Tietê suporte temporais que despejam 80 milímetros de água em duas horas, bem mais que as chuvas que atingiram a capital. O projeto, fechado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) em 1998, previa a construção de 134 piscinões na Grande São Paulo. Foram feitos somente 43.

Além disso, como revelou o próprio Kassab no início de fevereiro, as empresas terceirizadas responsáveis pela sua limpeza não cumpriram seus contratos e a maior parte dos piscinões não foi limpa, apesar do período de chuvas.

Bueiros sujos e lixo nas ruas:

O sistema de bueiros e galerias que levam as águas das sarjetas das ruas para os rios não recebe o tratamento adequado e são entupidos ou obstruídos a maior parte do tempo. Só na capital, são 397 mil bocas de lobo e 2.850 km de galerias, que precisam ser limpas permanentemente.

Em vez de limpeza, Kassab manda caminhões de água lavarem as ruas antes de serem varridas. O lixo entope as galerias todos os dias, fazendo com que qualquer chuva alague as ruas.

Para completar, a coleta de lixo estabelecida pelo próprio Kassab tem resultado na permanência do lixo nas ruas a maior parte do tempo. Leia mais aqui.

PRESIDENTE APOIA HAITI

Lula vai visitar áreas devastadas no Haiti

Além de sobrevoar a cidade de Porto Príncipe e visitar a frota brasileira que integra a Força de Paz, no Haiti, o Presidente Lula decidiu percorrer as áreas atingidas pelo terremoto ocorrido no dia 12 de janeiro ao lado do presidente haitiano, René Préval. O objetivo, segundo assessores de Lula, é mostrar que tudo o que tiver de ser feito no país ocorrerá por intermédio do governo haitiano. Lula deve embarcar ainda pela manhã de Havana, em Cuba, para Porto Príncipe.

Desde o terremoto, o Brasil já enviou para o Haiti 203 toneladas de alimentos, 38 toneladas de água, 95 toneladas de medicamentos e 100 toneladas de produtos diversos. O tempo de visita do Presidente Lula ao Haiti será de aproximadamente seis horas. No final da tarde ele embarcará para El Salvador.

blog do puty - notícias

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
O 366 tá quase lá.
Tenho conversado muito com os deputados da Assembleia Legislativa e vejo que há boa vontade da ampla maioria dos parlamentares em aprovar o 366, projeto que possibilita o empréstimo de R$ 366 milhões para o Estado do Pará.
Com esses recursos, o governo poderá investir mais em saúde, estradas, educação, segurança.
O 366 nada mais é que o retorno de recursos ao nosso Estado. Recursos que o Estado perdeu, sob os efeitos da crise financeira internacional.
Em todas as Assembleias Legislativas do país afora, valores semelhantes já foram aprovados. Falta o do nosso Estado. Mais longe já estivemos. Agora, tá quase lá.
Postado por Blog Cláudio Puty às 15:21 1 comentários
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Frases da reunião com PV
"É um apoio que se dá em função do trabalho que ela vem realizando e nós como parceiros estamos juntos para fazer esse processo de reeleição."

Orlando Reis - Vereador de Belém

"O PV fez uma reunião importantíssima da nossa Executiva Estadual e nós tiramos como orientação geral o apoio ao governo a governadora Ana Júlia. Percebemos que este governo está fazendo um exercício que vem ao encontro dos nossos anseios. Ao invés de ficar apenas fazendo obras, estamos fazendo processos que sem dúvida vão redundar na solução de problemas históricos, de problemas críticos do desenvolvimento do Estado do Pará."

Gabriel Guerreiro - Deputado Estadual
Postado por Blog Cláudio Puty às 22:02 0 comentários
Curtas
PV confirma apoio a Ana Júlia

A direção estadual do Partido Verde, reuniu ontem com a governadora. Declararam apoio a Ana Júlia. Estavam presentes os veradores Orlando Reis e Nonato Filgueiras, deputados estaduais Deley e Gabriel Guerreiro, o presidente da UGT e da IOEPA, Zé Francisco e o pré-candidato a deputado federal e presidente do partido, José Carlos Lima.

PSC também

No último domingo, a governadora esteve no encontro estadual do Partido Social Cristão, do deputado Zequinha Marinho. Eleito pelo PSC, o deputado migrou para o PMDB e agora torna à casa.
O encontro serviu para declarar apoio ao governo e à governadora.

Base aliada crescendo

Com as adesões do PV e do PSC, o governo já conta com mais de dez partidos fechadíssimos com Ana Júlia.

Apoio a prefeitos chegando

O governo está finalizando a compra de 117 patrulhas mecanizadas completas, que serão destinadas aos prefeitos de todo o estado. Cada patrulha custou cerca de 1,5 milhão de reais. As máquinas já começaram a chegar e serão entregues a partir do final de março

Mudança nas secretarias

Na segunda feira teremos a cerimônia de transmissão de cargo na Casa Civil. Saio para entrar o Everaldo Martins.
Várias secretarias também mudarão de titular no mesmo dia.

Resumo da ópera

A oposição ladra e o governo avança.

ARMAÇÃO DO DEMO

Tentativa de Armação no Ar
Paulo Bornhausen, Deputado Federal pelo Estado de Santa Catarina, herdeiro político do senador nazista, bem ao estilo nazi-facista, tenta apagar os holofotes da crise do Mensalão do DEM(O) e da cassação do prefeito de SP, tentando criar uma crise envolvendo o PT.
Infelizmente, mais uma vez, a Folha se prestou a esse papel.
A verdade é que mais uma vez vem a tona outra maracutaia feita pelos Tucanos, que "doaram" (com privatizações fraudolentas) o patrimônio público a grupos privados.
Onde já viu, um sistema interligado de fibra óptica, que possibilita a implantação de internet de banda larga, que cobre 70% de todo país, estando sem uso, quando o país tem a internet mais cara do mundo e de baixa qualidade.
Só mesmo os irresponsáveis do DEMO e os Tucanos para tentar mais uma vez brecar o Presidente Lula de estabelecer mais uma revolução nesse país, que vai possibilitar o maior programa de inclusão digital do mundo.
Aliáis, diga-se de passagem que o Programa Nacional de Banda Larga foi inspirado no nosso programa tupiniquim do NAVEGAPARÁ que a Governadora Ana Júlia já vem realizando. O Pará foi o primeiro estado brasileiro a perceber o papel importante que o sistema de fibra óptica, já existente há muitos anos no país, terá no futuro, através do convênio firmado junto à ELETRONORTE.

LULA AJUDA CUBA

Lula: por fim do embargo, Brasil investe em Cuba

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que os investimentos que o Brasil faz na ilha de Cuba são feitos na expectativa de que o embargo econômico, imposto pelos Estados Unidos em 1962, seja suspenso no curto prazo. Ferrenho crítico das sanções impostas pela Casa Branca após a chegada de Fidel Castro ao poder, Lula observou que, nos tempos de hoje, não existe argumento para a sanção persistir.

"Trabalhamos com a perspectiva de que o bloqueio à Cuba não faz mais nenhum sentido e que em algum momento ele pode cair. Portanto, Cuba terá uma capacidade extraordinária de transitar no comércio internacional. Por isso que o Brasil está entusiasmado em fazer o financiamento para que empresas brasileiras possam trabalhar aqui e ajudar no desenvolvimento do País", disse.

Nesta tarde, a 50 km de Havana, Lula visitou, ao lado do presidente Raúl Castro, as obras de ampliação do porto de Mariel, cujo projeto, orçado em US$ 800 milhões, deverá agilizar o transporte de matéria-prima de indústrias brasileiras que atuam na região.

"Isso faz parte de uma política de incentivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do governo brasileiro de fazer com que as empresas brasileiras possam competir de forma mais arrojada no mercado latino-americano, seja na venda de serviços, seja na venda de produtos. Aqui em Cuba temos mais de 30 empresas trabalhando todas as possibilidades possíveis", afirmou o presidente.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) estima que US$ 1 bilhão sejam gerados em contratos de longo prazo em acordos entre empresas brasileiras e Cuba. (Terra)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PAULO OTÁVIO RENUNCIA EM BRASÍLIA

24/02/2010 - 10h53
Paulo Octávio transmite cargo a distrital e diz que renúncia mostra seu desprendimento
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O então governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (sem partido), que renunciou ontem, transmitiu nesta quarta-feira o cargo ao deputado Wilson Lima (PR), presidente da Câmara Legislativa local e aliado do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido).

A transmissão de cargo ocorreu na residência oficial da vice-governadoria, no no Lago Sul, em Brasília. Ao deixar o local, Paulo Octávio, que é citado no inquérito que investiga o esquema de corrupção no DF, disse que vai fazer o possível para garantir a governabilidade no DF para o interino Wilson Lima.

"Sou apenas um cidadão a partir de hoje. Espero que ele [Wilson Lima] faça um bom governo. Volto à minha rotina normal, mas vou continuar trabalhando por Brasília."

O ex-vice-governador volta a assumir as empresas das Organizações Paulo Octávio --conglomerado de comunicação que inclui emissoras de rádio e TV.

Segundo assessores, em seu discurso de despedida, Paulo Octávio, disse que se sente "desanuviado". "Estou saindo da vida pública, mas estou confiante na Justiça. Estou tranquilo e mostrei meu desprendimento até mesmo perdendo o foro privilegiado", afirmou ele, de acordo com sua assessoria.

Wilson Lima, por sua vez, deixou o local sem falar com imprensa e vai reunir seu secretariado ainda hoje.

Arruda

Paulo Octávio havia se tornado governador interino no último dia 11, quando Arruda foi preso e afastado do cargo por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os dois são suspeitos de participar de um esquema de arrecadação e pagamento de propina no DF.

Na semana passada, Paulo Octávio chegou a anunciar sua renúncia. Entretanto recuou na última hora. Na ocasião, disse que permanecia no governo do Distrito Federal pelo menos até o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de uma intervenção federal no DF.

A indecisão do ex-democrata abalou ainda mais sua relação com o partido e, ontem à tarde, pressionado pela cúpula do DEM, Paulo Octávio pediu sua desfiliação pouco antes de anunciar sua renúncia.

Intervenção

Segundo reportagem publicada hoje pela Folha, o Planalto e o STF já começaram a articular a intervenção no Distrito Federal, e a renúncia de Paulo Octávio era a senha que faltava para a intervenção ser deflagrada.

A reportagem diz que a suspeita é que Lima --ligado a Arruda e ao ex-governador Joaquim Roriz (PSC)-- não tem condições políticas para se sustentar no cargo.

O próximo na linha sucessória, segundo a Constituição, é o presidente do Tribunal de Justiça do DF, Níveo Gonçalves, que já declarou não ter interesse em assumir.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

UM EXEMPLO DE FÉ E SOLIDARIEDADE

D. ÓSCAR ROMERO, a voz dos sem voz

A celebração começou pontualmente às 18 horas na capela do Hospital da Divina Providência.
A homilia demorou apenas dez minutos. O bispo falou da necessidade de sacrificar vida por amor de Cristo e dos irmãos.
No momento do ofertório em que, de mãos erguidas, oferecia o pão e o vinho para o sacrifício, ouviu-se um disparo.
D. Romero caiu ferido de morte atrás do altar. Era o dia 24 de Março de 1980, em El Salvador.

Oscar Arnulfo Romero Galdámez, de seu nome completo, nasceu em S. Salvador, capital do país, na América Central, no dia 15 de Agosto de 1917. Foi ordenado sacerdote a 4 de Abril de 1942 e nomeado bispo auxiliar de S. Salvador em 1970. Sete anos mais tarde, é nomeado arcebispo da mesma diocese.
O início desta sua nova, e última missão, coincidiu com a morte de um sacerdote amigo, Pe. Rutílio Grande, assassinado por estar demasiado com os pobres. Três dias depois, são os militares que invadem a paróquia de Aguilares, matando, prendendo, expulsando três padres e profanando a Igreja e seu sacrário.
A partir daí, D. Romero decidiu viver apenas para defender a vida dos pobres e perseguidos do seu povo. Foi um caminho breve – três anos, como os de Jesus – mas suficientes para fazerem dele um dos maiores profetas dos tempos actuais.
Nas suas palavras, nunca havia ressentimentos ou ódio: mas havia sempre a denúncia das injustiças e a defesa dos pobres, a voz dos sem voz. Mesmo assim, despertou o ódio dos poderosos que se sentiam visados pela sua frontalidade. Foi pressionado, incompreendido por outros bispos e, inclusive, ameaçado de morte. Ao medo de morrer, Romero respondia, poucos dias antes de ser assassinado: “Como pastor, estou obrigado por mandato divino, a dar a vida por aqueles que amo”.
Mas a sua frase mais célebre tornou-se profecia: “Se me matarem, ressuscitarei no meu povo”.
O seu exemplo é um convite e um desafio a todo o cristão para que assuma a realidade profética da sua vocação.

mulheres

Mulheres (homenagem a Kelly Serejo alguem muito especial )
"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."

Luís Fernando Veríssimo
Postado por anajulia13.blogspot.com

4o. CONGRESSO PT APROVA NOVA TÁTICA ELEITORAL E POLÍTICA DE ALIANÇAS

O plenário do IV Congresso aprovou na manhã desta sexta-feira (19) a resolução de Tática Eleitoral e Política de Alianças apresentada pela Comissão Executiva Nacional. O texto recebeu a aprovação da ampla maioria dos delegados presentes.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que fez a defesa da proposta da CEN, afirmou que o PT deve ser o grande condutor de uma ampla aliança rumo à vitória em 2010, e que terá a misão de transformar a campanha presidencial numa grande mobilização social em defesa do projeto político liderado pelo presidente Lula.

Leia a integra da resolução aprovada pelo IV Congresso:

Tática Eleitoral e Política de Alianças

Os desafios de 2010: A vitória na eleição presidencial e o crescimento do PT.

1. A luta pela construção de hegemonia política para sustentação de nosso projeto é
um dos desafios históricos do PT como um partido que tem como horizonte o socialismo
democrático.

2. O PT se construiu, cresceu e adquiriu força porque soube captar os anseios por
igualdade e justiça social, lutou por eles ao lado dos movimentos sociais e elaborou um
projeto político transformador para o Brasil, apesar da crise da esquerda e da hegemonia
neoliberal dos anos 90. Construído a partir de experiências nos parlamentos, na
gestão do Poder Executivo em municípios e estados, na atuação nos movimentos
sindical e popular, a partir de suas relações internacionais, foi este projeto que levou
Lula a vitória em 2002. E foi sua força e vigor que impediu a interrupção do nosso
governo em 2006.

3. O Governo Lula está mudando substancialmente o Brasil e a vida
dos brasileiros. Essa transformação é reconhecida pela população que manifesta
nos índices de aprovação ao nosso governo e à atuação do nosso presidente Lula seu apoio
e entusiasmo. A redução das desigualdades social e regional, a recuperação da
capacidade do Estado nacional, a retomada do planejamento da infra-estrutura e o novo
papel do Brasil no cenário mundial são alguns elementos dessa aprovação popular.

4. A disputa eleitoral de 2010 será um marco nesse sentido e será uma das mais
polarizadas que o país já viveu desde a redemocratizacão. O que estará em jogo
são dois projetos distintos e opostos para o Brasil. De um lado, os neoliberais
representados pela aliança PSDB/DEM/PPS, derrotados em 2002 e em 2006, encurralados ideologicamente depois da crise econômica global e sem projeto para
o país. Eles representam a política que quebrou o Brasil três vezes, que privatizou,
desempregou e desencantou o povo brasileiro.

5. De outro, o projeto popular implementado por Lula que levou o Brasil a deixar o papel
de ator coadjuvante na cena mundial, projetando-se como protagonista destacado
nos debates sobre o futuro da humanidade. Nós representamos as medidas que
geraram crescimento, infra-estrutura, desenvolvimento social, 11 milhões de empregos, redução da pobreza e da desigualdade. Somos os que retomamos a esperança e a convicção de que o Brasil pode muito mais.

6. Este enfrentamento exigirá uma estratégica política capaz de promover
um elevado grau de unidade interna e mobilização associada à formação e
capacitação da nossa militância para que o debate sobre o nosso projeto possa ser
feito nas ruas e para que sejamos capazes de superar os padrões de despolitização que
a oposição vai tentar imprimir à sucessão presidencial. A centralidade da eleição da
companheira Dilma. Ela deve orientar todos os movimentos políticos do PT, da mesma
forma que a eleição de Lula orientou nossas ações em 2006.

7. O ano de 2010 pode significar o prosseguimento, o caminho aberto por Lula, ou a volta ao modelo neoliberal, e a continuidade do nosso projeto está vinculada à nossa capacidade de fortalecer um bloco de esquerda e progressista, amparado nos movimentos
sociais, intelectuais e todos os setores comprometidos com o projeto de desenvolvimento implementado pelo governo Lula. Dependerá também da capacidade de agregar forças políticas de centro. Na complexa montagem das alianças, devem ser levados em conta os
objetivos de ampliar nossas bancadas na Câmara de Deputados e no Senado, pois o futuro governo necessitará, para implementar seu programa, de apoio parlamentar mais afinado com seus objetivos.

8. Para que tenhamos sucesso na tarefa de transformar as eleições em uma disputa de
projetos antagônicos é importante constituir a mais ampla frente de partidos, entre os
que apóiam o governo Lula.

9. As eleições de 2010 são um momento decisivo de travar o debate e lutar para
conquistar hegemonia em torno da reforma política democrática. Reafirmamos a
ênfase dada pelo nosso 3º Congresso do PT para a necessidade da reforma política. É
preciso implementar um vasto processo de mobilização popular e democrática visando
essa conquista. A reforma Política é um dos eixos centrais das nossas campanhas
proporcionais e majoritárias. Cabe ao Diretório Nacional avaliar e dar forma
institucional às diversas propostas já tomadas pelo PT sobre a reforma política,
como plebiscito e constituinte exclusiva.

10. Não podemos, no entanto, menosprezar a importância que têm os governos de
estado. A manutenção dos cinco governos petistas e a ampliação desse número, além
de reeleger e eleger governos de partidos aliados é também um objetivo importante.
À medida do possível, devemos buscar palanques estaduais unitários, respeitandose
as particularidades de cada estado.

11. Devemos envidar todos os esforços no sentido de buscarmos candidaturas unitárias aos governos estaduais. Onde isso se revelar politicamente impossível, devemos construir um acordo de procedimentos durante a campanha, que permita a existência de dois palanques para a candidatura presidencial.

12. Por isso, o 4º. Congresso Nacional do PT, delibera que o objetivo principal do nosso
partido em 2010 é a eleição da Companheira Dilma Rousseff para Presidenta do Brasil. Da
mesma forma que, há 8 anos, junto com nossos aliados, conseguimos a proeza de eleger um
operário presidente do Brasil, dessa vez, temos o desafio de conquistar outro fato inédito
na história do Brasil - a eleição da primeira mulher para a Presidência da República. Para
isso, é necessário que o partido busque alianças com todos os partidos da base de sustentação do governo.

13. A tarefa principal delegada pelo 4º Congresso Nacional do PT ao Diretório Nacional é ELEGER A COMPANHEIRA DILMA PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Para tanto, compete ao Diretório Nacional dirigir a campanha nacional e articular a ela as campanhas estaduais, imprimindo ao seu conjunto as diretrizes de programa, tática e alianças definidas pelo 4º Congresso. Compete ao Diretório Nacional conduzir a política de alianças nacional e atuar em conjunto com as Direções Estaduais na definição das alianças estaduais. Ao Diretório Nacional compete decidir, em última instância, as questões de tática e alianças necessárias à condução vitoriosa da campanha nacional.

discurso DILMA CONGRESSO DO PT

Discurso da Ministra Dilma Rousseff
4º Congresso do PT/ Brasília, 20/02/2010

Queridas companheiras,
Queridos companheiros

Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é para mim um dia extraordinário.
Meu partido – o Partido dos Trabalhadores – me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro.
A obra de um líder - meu líder - de quem muito eu tenho orgulho: o presidente Lula, o Lula.
Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo - com humildade, com serenidade e com confiança.

Neste momento, ouço a voz da minha Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar, sim, pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:

“Teus ombros suportam o mundo/
E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”

Até hoje eu sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu.
Que força naquele momento ela me deu. Quanta vida ela me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou.
Eram, naquela época, tempos difíceis.
Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos – pelos gaúchos generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos.
Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta - Mário Quintana - a força necessária para seguir em frente. Mário Quintana disse:

“Todos estes que aí estão/
Atravancando o meu caminho,/
Eles passarão.
Eu passarinho.”

Eles passaram e nós hoje voamos livremente.
Voamos porque nascemos para ser livres.
Sem ódio, sem revanchismo e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão.
Hoje estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos, todos, mas todos mesmo, expressam livremente suas opiniões e suas idéias.
Mas um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.

Vejo nesta manhã – já quase tarde - nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão - um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso do país e com o país às últimas conseqüências.

Amadureci. Amadurecemos nós todos.
Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande do Sul e, sobretudo, aqui no governo do Brasil.
Mas esse amadurecimento não se confunde com perda de convicções.
Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país.
Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas.
Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de construir um mundo melhor.
A história recente mostrou que estávamos certos.
Tivemos um grande mestre – o Presidente Lula nos ensinou o caminho.
Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.
Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.

Companheiras, Companheiros

Recebo com humildade a missão que vocês estão me conferindo. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante mais ilustre – o Presidente Lula.
Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.

Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país – a força do povo brasileiro. Esta é a força que nos conduziu até aqui e que nos mantém.
A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos.
Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.
Dos movimentos sociais.
Dos que labutam em nossos campos.
Dos profissionais liberais.
Dos intelectuais.
Dos servidores públicos.
Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país.
Dos negros. Dos índios. Dos jovens.
De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.
Enfim, das mulheres.
Para muitos, elas são “metade do céu”. Mas queremos mesmo é metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades.
E como disse o presidente Lula, não há limite para nós mulheres. É esse, inclusive, um dos preceitos da primeira vez nós termos uma candidata mulher.
Quero com vocês - mulheres do meu país - abrir novos espaços na vida nacional.
É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos discutir e seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige sistematicamente de nós.
Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia.
Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda.
Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos.
Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.
Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candeeiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil afora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.
Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro, para o seu futuro.
Milhões - mas muitos milhões mesmo - expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.

Muitos me perguntam por que o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, e ter a vontade política de um grande líder, como o presidente Lula com a sua vontade de fazer trilhar, derrubando velhos dogmas que funcionavam como barreiras nos caminhos do Brasil.

O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda - o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável.
Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo de massa, de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial. O nosso consumo, o consumo do povo brasileiro sustentou o país diante do medo que se abateu sobre o sistema financeiro internacional e privado nacional.
Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos. Não o Brasil para uma minoria, como fizemos sistematicamente desde os tempos da escravidão.
O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.
Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto.
Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados.
Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que pede dinheiro a nós.
Grande ironia é essa: os mesmos 14 bilhões de dólares que foram sacados do empréstimo, que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.

E isso faz a diferença no que se refere à nossa postura soberana.

O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.
Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.
A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das nossas grandes cidades e das médias também.
Essa situação está mudando por decisão do governo do presidente Lula que focou nessas questões, num grande conjunto de sua política de desenvolvimento.

O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo no período da crise.

Nós vamos aprofundar esse caminho e esse compromisso de acabar com esse desequilíbrio. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da “Maria Fumaça”. O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance, se desenvolva e cresça. Nós queremos 27 locomotivas puxando o trem do Brasil.
O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.
Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso para muitos países.
Aqui, no Brasil, o desastre só não foi maior – como em outros países – porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização parcial e integral da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.
Alguns falam todos os dias de “inchaço da máquina estatal”. Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização.
Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.
Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país.
É muito bom lembrar que diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País. Por isso, quando em muitos países, o emprego caia, em 2009, aqui, nós conseguimos criar quase um milhão de empregos.
Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008:
É chegada a hora da política!
Nada mais apropriado do que essa frase. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.

O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo.
O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e, como diz minha mãe, se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.
Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.

O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.
No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E nós sabemos como faltou!
Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que começa a ficar ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros.
Hoje nós estamos crescendo e distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, com expansão da democracia, com forte participação social na definição das políticas públicas e com respeito aos Direitos Humanos.
Quem duvidar do vigor da nossa democracia que leia, que escute ou que veja o que dizem os jornais livremente, o que dizem nos jornais livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições – ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas – ao silêncio das ditaduras.
Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes defendendo seus direitos e interesses. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e os velhos senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a se constituir uma nova e verdadeira opinião pública.
As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.
Não praticamos nenhum casuísmo. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos – como se fez no passado – as regras do jogo no meio da partida.

Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce e uma herança bendita sobre a qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.

Queridas companheiras, queridos companheiros.

Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo.
Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.

Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.

Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula – seu olhar social, seu compromisso social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.
Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso – da creche ao pós-graduação.
Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que começamos a construir no primeiro governo do presidente Lula, que continuamos no segundo e que continuaremos. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.
No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da nossa população. É para eles que estamos construindo um Brasil melhor. Eles têm direito a um futuro melhor.
O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados.
Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores contratados, concursados, bem treinados e bem remunerados. Isso não é inchaço da máquina, é imprescindível para todos. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho.
Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento nas próximas décadas.
Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica.
As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.

Companheiros e companheiras,

Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.
Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso à socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento. E o governo federal vem fazendo isso. E é isso é o que está previsto no PAC 2.
Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional – o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs – pretendemos chegar até 2010, até o fim do governo do presidente Lula, a 500 UPAs. Daremos prioridade também ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente, que o presidente Lula tanto se empenha para implantar, e Farmácia Popular.
Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.
Vamos melhorar a habitação e vamos perseguir a universalização do saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente. Tudo isso está previsto no chamado PAC 2.
Vamos reforçar, também, os programas de segurança pública.

A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso. Serão decisivos para melhorar as condições de vida dos brasileiros. Naquilo que é talvez uma das maiores chagas da história do Brasil, que é o fato de uma parte da população ter sido obrigada a morar em favelas, em áreas de riscos, como beiras de córregos e, quando caem as grandes chuvas, são eles os mais afetados e os que mais sofrem conseqüências dramáticas, incluindo a morte.

Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d’água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso haja, ou não, acordo internacional. Esse é o compromisso do presidente Lula e o meu compromisso.
Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade.
Agregar valor a nossas riquezas naturais é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil deve ser - e será - produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal. Essa decisão vai gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.

Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.
Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.
Todas as nossas ações de governo têm, sem sombra de dúvida, uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.

Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.

Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.

Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.

Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.

Uma coisa é estratégica. Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. É como diz o presidente Lula: “quem não se respeita, não pode ser respeitado”. Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.

Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.

Companheiras e companheiros,

Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros e das brasileiras. Um debate voltado para o futuro.
Nós somos aqueles que temos o que apresentar.

Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.

Queridas amigas e amigos

No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada a tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.
Em meus queridos pais.
Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta.
Nos tantos amigos que fiz.
Nos companheiros com quem dividi minha vida.
Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história.
Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.
Quero recordar três companheiros que se foram na flor da idade.

Carlos Alberto Soares de Freitas.
Beto, você ia adorar estar aqui conosco.

Maria Auxiliadora Lara Barcelos
Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui com cada um de nós.

Iara Yavelberg.
Iara, que falta fazem guerreiras como você.

O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.
A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro – o presidente Lula.
Este ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.
Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores.
Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT.
Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.
Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.
O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso.
Mas não mudou de lado.
Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.
Mas, a principal inovação que o PT trouxe para a política brasileira foi colocar o povo – seus interesses, aspirações e esperanças – no centro de suas ações.
Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.
Esta é a cara do meu partido.
O rosto daqueles e daquelas que acrescentam à sua jornada de trabalho, uma segunda jornada – ou terceira, no caso das mulheres: a jornada da militância.
Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.

Companheiros e companheiras,

Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranqüilidade e determinação.
Sei que não estou sozinha.
A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões.
Vamos todos juntos, até a vitória.
Viva o povo brasileiro!
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DILMA PRESIDENTE

Eleições
PT lança pré-candidatura de Dilma Rousseff à sucessão presidencial
Publicada em 20/02/2010 às 18h13m
Maria Lima, Cristiane Jungblut e Diana Fernandes - O Globo; Agência Brasil

BRASÍLIA - Por aclamação, o PT oficializou neste sábado - em votação simbólica - a pré-candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão presidencial, no encerramento do 4º Congresso Nacional do partido. Ao discursar, a ministra disse que está preparada para "enfrentar o desafio com humildade, serenidade e confiança". ( Veja mais fotos da cerimônia )
" Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio, mas me sinto preparada para enfrentá-lo "
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- Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e a esperança de mudar o Brasil, esse para mim é um dia extraordinário. (...) Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio, mas me sinto preparada para enfrentá-lo com humildade, serenidade e confiança - disse a ministra, que só terá a candidatura oficializada em junho, no período previsto pela legislação eleitoral.
Se eleita, Dilma disse que vai preservar a estabilidade macroeconômica do país, mantendo o equilíbrio fiscal, controle da inflação e o câmbio flutuante. Ela também se comprometeu a dar andamento a reformas que não foram concluídas no mandato do presidente Lula.
- Vamos concretizar, junto com o Cogresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e tributária - destacou.
A ministra defendeu ainda o fortalecimento do papel do Estado na economia, o que, num ato falho, chamou de "reaparelhamento do Estado". E lembrou que essa estratégia funcionou para o Brasil durante a crise mundial deflagrada no final de 2008.

- Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso. Aqui, o desastre só não foi maior porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de Furnas - afirmou a ministra, acrescentando:
- O Brasil só pode enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro das nossas preocupações.
Ministra quer fazer governo de coalizão
Dilma disse que espera fazer um governo de coalizão com apoio dos partidos aliados:
- Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um governo de coalizão - disse a ministra, ressaltando ainda que seu programa de governo será submetido a um debate com os aliados e com a sociedade.
" Preferimos as vozes dessas oposições, ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas, ao silêncio das ditaduras "
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Ela afirmou ainda que, se eleita, vai manter e aprofundar a política social do governo Lula, ampliando o Bolsa Família e implantando novos projetos para erradicar a miséria no país.
- Vamos manter e aprofundar aquilo que é a marca do governo Lula, seu olhar social. Queremos um Brasil para todos - disse.
Sobre as críticas de que o governo do PT tem avançado no sentido de conter a liberdade de expressão e controlar os meios de comunicação, afirmou:
- Quem duvidar do vigor da democracia em nosso país que leia, escute ou veja o que dizem livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições, ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas, ao silêncio das ditaduras.
Eleger Dilma é prioridade de vida este ano, diz Lula

Diante da calorosa recepção dada à ministra, antes da votação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou:
- Foi me dada uma tarefa extremamente difícil que é convencer vocês a votar na companheira Dilma. Pelo que vi hoje, esta tarefa é desnecessária - destacou.
Em seu discurso, Lula voltou a dizer que Dilma não é candidata "tampão" e afirmou que sua prioridade este ano é elegê-la presidente.
- Eleger a Dilma é uma das coisas mais importantes do meu governo. Para dar continuidade às coisas boas. Eleger Dilma não é coisa secundária para o presidente da República, é coisa prioritária na minha vida este ano - afirmou.
O presidente lembrou ainda a participação da petista na luta armada para defender a democracia e queixou-se do preconceito que ela enfrenta.
" O maior preconceito contra a companheira Dilma não é pelos seus defeitos, mas pelas qualidades "
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- O maior preconceito contra a companheira Dilma não é pelos seus defeitos, mas pelas qualidades. Em primeiro lugar, pelo fato de ser mulher - declarou.
Lula aproveitou para afirmar que o Estado deve ter o papel de indutor e regulador na administração do país, mas não descartou a hipótese de estatizações em setores considerados estratégicos.
" Não existe hoje no Brasil ninguém mais preparado para governar o país do que a nossa companheira Dilma Rousseff "
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- Dizem que a Dilma é estatizante. Isso não é ruim. É bom. Aquilo que for estratégico, nós não teremos medo de tomar decisões. O Estado não tem que ser gerenciador, pois cria uma aristocracia administrativa. O Estado tem que ser indutor e regulador - disse.
E finalizou:
- Não existe hoje no Brasil ninguém mais preparado para governar o país do que a nossa companheira Dilma Rousseff que, se Deus quiser, será a futura presidente do Brasil.
Dutra diz que aliança com o PMDB será sacramentada

Durante a abertura da solenidade, o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, esclareceu que a ministra ainda não está em campanha, mas admitiu a possibilidade de o partido enfrentar uma enxurrada de representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda antecipada.
- Vamos eleger a primeira mulher presidente da República Federativa do Brasil - destacou.
Dutra reforçou que a aliança com o PMDB será sacramentada com a escolha do candidato a vice nas convenções partidárias de junho. E ressaltou que o "tempo político" deve ser respeitado.
- Não cabe ao PT dar palpite na indicação do PMDB -disse Dutra.
PMDB decide prestigiar solenidade

Após conversar com o presidente Lula, o PMDB decidiu prestigiar a solenidade, um dia depois de o nome do partido ter sido rejeitado como aliado preferencial na aliança em torno da candidatura de Dilma, o que irritou a cúpula peemedebista. O presidente da legenda, Michel Temer (SP), que é cotado para ser vice na chapa petista, foi convidado a compor a mesa sentando-se ao lado da ministra.
As negociações sobre a presença da cúpula do PMDB na festa começaram na sexta-feira e entraram pela madrugada, envolvendo, além de Lula, Temer e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR).
Clima de festa

Em meio ao plenário lotado, a juventude petista cantava: "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma". Ao fundo do auditório, um painel, com a foto de Lula ao lado da ministra, que será o selo da campanha, exibia o slogan: "Com Dilma pelo caminho que Lula nos ensinou".
Para o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, coordenador de campanha de Dilma, o dia de hoje é emblemático.
- É o primeiro passo rumo à vitória - destacou.
Entre os convidados na primeira fila, estavam integrantes da delegação da Venezuela, como Rodrigo Cabeza e Maximilien Arvelaiz, assessor de Relações Internacionais do presidente Hugo Chávez, que veio ao Brasil especialmente para o ato de lançamento da pré-candidatura de Dilma, representando o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).
- Estamos acompanhando o processo, porque é muito boa a relação do PSUV com o PT - declarou Arvelaiz.

CASSAB DEMOCRATA DE SÃO PAULO É CASSADO

JUSTIÇA ELEITORAL CASSA MANDATO DE KASSAB
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e a vice, Alda Marco Antonio (PMDB), tiveram o mandato cassado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silveira, por recebimento de doações consideradas ilegais na campanha de 2008. A decisão, em primeira instância, torna Kassab o primeiro prefeito da capital cassado no exercício do mandato desde a redemocratização, em 1985. Como o recurso tem efeito suspensivo imediato, os dois podem recorrer da sentença sem ter de deixar os cargos.
Entre as doadoras consideradas ilegais estão a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e empreiteiras acionistas de concessionárias de serviços públicos, como Camargo Corrêa e OAS. Ao todo, a coligação de Kassab e Alda gastou R$ 29,76 milhões na campanha, dos quais R$ 10 milhões são considerados irregulares pela Justiça. A sentença será publicada no Diário Oficial de terça-feira, quando passa a contar o prazo de três dias para o recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Silveira disse neste sábado, 20, ao Jornal da Tarde que já julgou os processos de Kassab, nove vereadores e dos candidatos derrotados na eleição à Prefeitura em 2008, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), todos alvos de representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), mas que não poderia informar quais dos réus foram cassados antes da publicação, na terça. Falta julgar o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e duas empresas acusadas de repasse ilegal.
O juiz afirmou, contudo, que manteve nas suas decisões o mesmo entendimento que levou à cassação de 16 vereadores no fim do ano passado. No caso, todos os políticos que receberam acima de 20% do total arrecadado pela campanha de fonte considerada vedada foram cassados. "Se passou de 20%, independentemente do nome, tenho aplicado a pena por coerência e usado esse piso como caracterizador do abuso de poder econômico na eleição, um círculo vicioso que dita a campanha e altera a vontade do eleitor", afirmou Silveira.
Além de cassar o diploma do prefeito e da vice, a sentença os torna inelegíveis por três anos. Dos 13 vereadores que aguardavam a decisão da Justiça Eleitoral, dez ultrapassavam o limite em doações consideradas ilegais. São eles: o líder do governo, José Police Neto (PSDB), Marco Aurélio Cunha (DEM), Gilberto Natalini (PSDB) e Edir Sales (DEM), da base governista, e os petistas Antonio Donato, Arselino Tatto, Ítalo Cardoso, José Américo e Juliana Cardoso, além de Rodrigues (PR).

Fonte vedada

Nas decisões, Silveira considerou como fonte vedada de doação eleitoral empreiteiras que integram concessionárias de serviços públicos e a AIB. A entidade é acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de servir de fachada do Sindicato da Habitação (Secovi). Por lei, sindicatos não podem fazer doações a candidatos, comitês e partidos. Só da AIB a campanha de Kassab recebeu R$ 2,7 milhões. A entidade e o Secovi negam haver irregularidades.
"Um acionista, mesmo que minoritário, que tem faturamento de R$ 500 milhões, faz estrago numa campanha porque ele tira renda da concessionária. Embora seja um voto vencido, por conta da decisão do ministro Velloso, me convenceu", afirmou Silveira, citando decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Velloso favorável a essas doações nas eleições de 2006.
O inciso 3º do artigo 24 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97) proíbe "concessionário ou permissionário" de fazer doações de qualquer espécie a candidatos ou partidos políticos. E embora a última manifestação do TSE, em 2006, tenha considerado legais doações de empresas com participação em concessionárias, votos proferidos no passado pelos ministros Cezar Peluso, Carlos Ayres Brito e Ellen Gracie repudiaram a prática.

‘Perplexidade’

Procurado pela reportagem, o advogado de Kassab, Ricardo Penteado, afirmou que a defesa do prefeito vai entrar com recurso no TRE que, diz ele, "deve resultar na reforma da sentença e na confirmação da vontade popular."
Penteado afirmou ainda que "as contribuições foram feitas seguindo estritamente os mandamentos da lei e já foram analisadas e aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral."
"Causa perplexidade e insegurança jurídica que assuntos e temas já decididos há tantos anos pela Justiça sejam reabertos e reinterpretados sem nenhuma base legal e contrariando jurisprudência do TRE e do TSE", completou. (AE)
Fonte: Jornal Diário do Pará, domingo 21 de fevereiro de 2010.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A vocação do PMDB

A recente convenção do PMDB confirmando Michel Temer como vice de Dilma Rousseff, confirma a linha seguida pelo PMDB, depois de Ulysses. O Partido perdeu a ambição de chegar ao governo e prefere participar, oferecendo sua forte estrutura partidária. E em troca ocupar um bom número de cargos de primeira linha. A última participação com candidato foi em 1994 com Orestes Quércia, mas os sinais já estavam presentes.


Antes, após uma decisiva participação na fase de redemocratização, o PMDB perdeu com a morte de Tancredo Neves a melhor oportunidade de governar o país. A liderança de Ulysses foi muito importante na Constituinte e nas Diretas Já, mas depois deles a situação mudou.

Ainda existem alguns nomes identificados com aquela linha de ação. Aí estão Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos entre outros, mas são minoria. Quem se beneficiou desta fase de transição do PMDB foi José Sarney que, não só assumiu a Presidência em 1985 nas condições conhecidas e, aos poucos, fez valer sua influência e poder, ingressando de vez no PMDB. O Partido de hoje, às vezes, chega a lembrar algumas fases do antigo PSD, um partido que acabou deixando como uma das lembranças a sua capacidade de negociação política.

E, sobretudo a vocação para o poder, usando suas máquinas partidárias nos estados.

o debate da economia em 2010

Não é o debate sobre a crise econômica de 2009 que deve se fazer presente na campanha eleitoral deste ano. Mas que ela, a economia vai entrar em pauta não há dúvida. Na realidade ela está presente desde há algum tempo, antes mesmo do Cruzado, Moratória, Plano Real etc. Agora o governo admite usar suas ações, diante da última crise internacional, durante os debates.
Não é por acaso que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, quase saiu vice pelo PMDB. E estará de alguma forma presente nos debates. Ao PSDB restará alguns trunfos como o Plano Real, Proer e as ações desenvolvidas durante a transição com o empréstimo-ponte com FMI para o novo governo e os conselhos do seu presidente do Banco Central, Armínio Fraga ao novo governo. Isso passou,
Agora o atual governo pretende usar o seu momento, independente dos antecedentes. E que lhe permitem alguns planos de repercussão popular. Mais uma vez, como quase sempre ocorreu, com variações de intensidade, a economia vai estar presente no debate e com ela as realizações que ela propiciou. Até agora enigmático, o tucano José Serra, sabe o que governo Fernando Henrique fez, por isso a expectativa gira em torno de Dilma Rousseff, que mesmo não tendo exercido cargo na área econômica, está atualizada.
A assessoria de Meirelles, agora um político definido e ativo politicamente, ao ponto de quase sair candidato a vice de Dilma, ao contrário de Pedro Malan, pode ser útil ao PT nesse debate. No qual o ex-presidente Fernando Henrique já deu mostras de que não estará alheio.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

a prisão do demo Arruda

Crise política aumenta com a decisão do STJ mandando prender governador Arruda

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda se entregou à Polícia Federal, após ter a prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça, ontem à tarde. Os ministros da Corte Especial do STJ decidiram pelo pedido de prisão feito pela subprocuradora geral da República, Raquel Dodge e procurador geral, Roberto Gurgel. E o governador José Roberto Arruda, apesar de pedir licença do cargo após a decretação de sua prisão preventiva pelo STJ acabou cumprindo a prisão determinada na PF. Assumiu seu cargo o vice-governador Paulo Octávio. A prisão alcança mais cinco envolvidos no escândalo.


Acusado de suposta tentativa de suborno, o governador José Roberto Arruda (DF) teve sua prisão decretada pelo STJ/Foto: Wilson Dias/ABr

O governador chegou à sede da PF em Brasília por volta das 17h40. Acatou a decisão com serenidade, e espera voltar no dia em que houver decisão sobre um habeas corpus. Segundo um assessor. A defesa do governador, porém, já entrou com recurso no STF. O pedido será julgado pelo ministro Marco Aurélio de Mello.

O presidente Lula também foi logo informado pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, sobre a prisão do governador do Distrito Federal. Lula conversou com o diretor da Polícia Federal. Luiz Fernando Corrêa, e, segundo Carvalho, pediu que a prisão seja feita com "muito cuidado".

Na Polícia

Ao chegar à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por volta das 17h40m, Arruda admitiu que fora surpreendido, afirmou um de seus defensores, José Eduardo Alckmin. Para ele "a Câmara Legislativa precisaria ser consultada antes mesmo do curso do inquérito. A decisão se deu sem que a defesa do governador examinasse tudo", afirmou seu advogado, após deixar o prédio do Superior Tribunal de Justiça. E diante disso, tão logo soube da decisão do STJ, Arruda preferiu dirigir-se diretamente à Superintendência da PF. Os advogados do governador já entraram com habeas corpus no STF para tentar reverter o decreto de prisão preventiva. A prisão também envolve mais cinco envolvidos no escândalo. O pedido será julgado pelo ministro Marco Aurélio de Mello.

A decisão

Foram doze dos 15 ministros da Corte Especial do STJ que decidiram decretar a prisão preventiva do governador. O ministro Fernando Gonçalves, relator do inquérito da Operação Caixa de Pandora no STJ, acatou o pedido feito pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, do Ministério Público Federal. Mas decidiu submeter sua decisão aos demais ministros, que tiveram que apresentar voto. A decisão foi tomada por maioria, vencido o ministro Nilson Naves. "A presença do governador está ligada aos recentes eventos e tem gerado instabilidade na ordem pública”, argumentou o ministro Fernando Gonçalves no relatório.

A preventiva se estende ao deputado Geraldo Naves, a Wellington Morais, ex-secretário de Comunicação do DF, Haroldo Brasil de Carvalho, ex-diretor da Companhia Energética de Brasília, e Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário particular de Arruda. Na semana passada, o conselheiro do Metrô, Antonio Bento da Silva, foi preso pela Polícia Federal ao entregar R$ 200 mil a Sombra. O pedido de prisão também é relativo à tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do escândalo do panetone, que teria sido montado para obstruir as investigações do esquema de arrecadação e pagamento de propina.

DEM se posiciona

Após a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda ser decretada pela Corte Especial do STJ, o DEM divulgou uma nota determinando aos seus filiados a imediata saída dos cargos que ocupam no governo de Arruda. “Seguindo a deliberação da sua Executiva Nacional e dos Líderes das Bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o Democratas determina aos seus filiados a imediata saída dos cargos que ocupam no Governo José Roberto Arruda. A eventual inobservância da determinação acima sujeitará o filiado às sanções disciplinares previstas no Estatuto do partido”, diz a íntegra da nota

OAB

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, também divulgou nota em que diz que a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, decretada pelos ministros Superior Tribunal de Justiça repõe a ordem, a lei e o bom senso à política brasileira.

A íntegra da nota:

"A prisão do governador José Roberto Arruda pode ser o marco histórico da quebra da impunidade na política brasileira. A Justiça agiu, como é de seu dever. Não bastassem as cenas indecorosas de vídeos que falam por si, mas que não geraram efeito prático, a paralisia que se seguiu estimulou os infratores a obstruir as investigações. A prisão, requerida pelo Ministério Público Federal, decretada pelo ministro Fernando Gonçalves e confirmada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, repõe a ordem, a lei, o bom senso e confere esperança à sociedade de que é possível derrotar a corrupção.

Não se pede vingança ou linchamento. Apenas Justiça, o estrito cumprimento da lei, dentro do devido processo legal. A sociedade brasileira pode, enfim, acreditar que há luz no fim do túnel.
Ophir Cavalcante
Presidente do Conselho Federal da OAB."

Enquanto isso, o ministro Marco Aurélio de Mello, que deve decidir sobre o habeas corpus do governador José Roberto Arruda no STF pediu informações com urgência ontem sobre o pedido.

Intervenção

Além do mais, a Procuradoria-Geral da República entrou na tarde de ontem no Supremo Tribunal Federal com um pedido de intervenção federal no governo do DF. O pedido deve ser analisado pelo plenário do Supremo e, se for aceito, o governo federal pode nomear um interventor.

De acordo com a assessoria do STF, o pedido de intervenção vai ser distribuído a um ministro relator. A decisão deve ser julgada em uma sessão plenária, convocada pelo ministro Gilmar Mendes, em data ainda não definida. Se o Supremo Tribunal Federal determinar a intervenção, o responsável por definir o novo governador e a forma com que essa intervenção será feita será o presidente da República, Lula por meio de decreto presidencial.

Depois que o presidente editar o decreto, o Congresso Nacional terá 24h para referendar ou não. A situação é inédita no Brasil e envolve os três poderes.

Acusação

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel foi incisivo na declaração sobre o fato, considerando os elementos colhidos na investigação realizada na Operação Caixa de Pandora graves e demonstrando que "o governador do Distrito Federal lidera grupo que, por ser constituído pelas mais altas autoridades do Distrito Federal, instalou-se no próprio governo e utiliza as funções públicas para desviar e apropriar-se do dinheiro público, que deixa de atender às finalidades legalmente previstas, em intolerável afronta aos que contribuíram com seus impostos para o orçamento do Distrito Federal e à própria República, especialmente porque os recursos desviados foram arrecadados não apenas dos contribuintes do Distrito Federal mas dos contribuintes de todo o país".

FHC atira em Dilma, e abate 2 tucanos com um tiro só: Serra e Aécio

A declaração do ex-presidente demo-tucano Fernando Henrique Cardoso (FHC) dizendo que topa concorrer contra Dilma Rousseff, se José Serra desistir, foi um verdadeiro tiro nas candidaturas de Serra, e no plano "B" dos tucanos: Aécio.

FHC acabou confirmando o que nenhum outro tucano de alta plumagem confirma. Pelo contrário, faz tudo para esconder e desmentir: que José Serra (PSDB/SP) cogita desistir da candidatura presidencial.

A confirmação da possibilidade de desistência, enfraquece a tentativa demo-tucana de atrair lideranças estaduais para os palanques de Serra. Afinal que candidato a governador ou senador vai amarrar seu futuro eleitoral a um candidato de futuro incerto, que não sabe ainda o que quer?

E FHC foi além: também detonou Aécio. O demo-tucano de Minas, faz tudo para desviar o foco do passado, e concentrar seu discurso num "pós-Lula". Mas o falastrão FHC estraga toda a estratégia e descontrói esse discurso, quando prega seu péssimo governo como se fosse uma "boa credencial" para a volta dos tucanos ao poder.

Por mais que se esforçassem, o PT inteiro não conseguiria fazer tanto estrago em tão pouco tempo nas candidaturas de Serra e Aécio, como fez FHC.

Para ter uma idéia do estrago, olha só o teor das notícias que começam a correr o Brasil:

domingo, 14 de fevereiro de 2010

José Serra na Bahia ouve o trio elétrico: “Dilma Rousseff, também seja bem-vinda”

O governador paulista José Serra (PSDB), esteve no camarote da Contigo, no carnaval de Salvador (BA), por volta das 20h30 deste sábado (13).

Como o tumulto estava grande, o demo-tucano paulista foi para uma sala "VIP", longe dos outros convidados e da imprensa.

Depois, com o ambiente mais calmo, ele retornou ao camarote e conferiu a apresentação da banda de axé Voa Dois.

O vocalista do grupo saudou o governador demo-tucano paulista, mas disparou um “Dilma Rousseff, também seja bem-vinda”, mesmo com a ministra não estando presente ao local naquele momento.

Na Bahia, e não come acarajé ...

O demo-tucano causou alvoroço com sua comitiva e todos os seguranças. O ciceroneavam o deputado federal ACM Neto (DEMos) e por Paulo Souto (DEMos).

Serra passou pela praça de alimentação do camarote onde comeu um risoto com carne. A organização ofereceu um acarajé, mas o governador recusou... Esperto! Serra não é muito simpático na Bahia, e vai que uma baiana que não simpatize muito com ele, carregue na pimenta! Melhor fazer a desfeita de não aceitar, do que fazer a desfeita de aceitar e não comer.

O camarote da Contigo, que é uma parceria com a cantora Daniela Mercury, é um dos mais luxuosos do Carnaval baiano. É possível dizer que há mais paulistas do que soteropolitanos circulando por no local, segundo reportagem do portal R7.

STF recebe denúncia contra deputado do DEM por desviar R$ 1 mi

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu denúncia do Ministério Público Federal contra o deputado Francisco de Assis Rodrigues (DEM-RR) pelo crime de peculato. O parlamentar é acusado de se apropriar, junto a familiares, de recursos federais de cerca de R$ 1 milhão obtidos por meio de aprovação de emenda de sua autoria ao Orçamento Geral da União. A verba seria destinada à implantação da cultura do café no município de São Luiz do Anauá (RR). Entretanto, com a emenda aprovada, teria sido realizado contrato, em 2000, sem licitação com uma empresa especializada em terraplanagem e construção civil, que pertencia ao irmão do deputado, Emanuel Andrade, e à cunhada, Andréa Cristina Batista da Silva.

POR QUE A MÍDIA ESCONDE OS FATOS

1] Por que a exemplo do que fez tantas vezes com o PT, a mídia não parte do fato policial para resgatar o passado e o presente das relações políticas do demo José Roberto Arruda? 2] Por que esquece --ou esconde?-- entre outras coisas, que Arruda foi nada menos que líder de FHC na Câmara Federal? 3] Por que a mesma amnésia subtrai ao leitor que Arruda era a grande --e única-- 'revelação administrativa' dos demos [sobretudo depois do fiasco Kassab], e nome natural' para ocupar a vice-presidência na coalizão demotucana liderada por Serra? 4] Por que, súbito, abriu-se um precipício de silencio midiático sobre as relações entre Serra e Arruda, omitindo-se, inclusive, 'o simpático' simbolismo da sintonia capilar entre ambos --mencionada por ninguém menos que o próprio governador tucano em evento conjunto em 2009? 5] Por que a obsequiosa Eliane Catanhede, da Folha, e os petizes da Veja, que tantas e tantas linhas destinaram a enaltecer a determinação de Arruda em 'cortar o gasto público' --e ainda o fazem na ressalva ao 'bom administrador que tropeçou na ética', segundo Catanhede-- sonegam aos seus leitores a auto-crítica pelo peixe podre que venderam como caviar? 6] Por que, enfim, o esfarelamento da direta nativa abrigada nos Demos não merece copiosas páginas de retrospectiva histórica, que situe para os leitores a evolução daqueles que, como Arena e PFL, foram esteio da ditadura e da tortura e hoje são os aliados carnais de José Serra?
(Carta Maior e a Quarta-feira de Cinzas da mídia demotucana

DEPOIS DE PRESO O DEM APARECE

Dirigentes do DEM defendem intervenção no Distrito Federal

Dirigentes do DEM, partido do qual se desfiliou o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), apoiam a intervenção no DF proposta pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. As informações são do jornal Estado de S. Paulo deste domingo.

Arruda foi preso na quinta-feira, acusado de tentar subornar uma testemunha do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção no DF, o mensalão do DEM. O senador Demóstenes Torres, o deputado federal Ronaldo Caiado, ambos democratas de Goiás, defendem a intervenção por temer que o vice em exercício, Paulo Otávio, possa ser tirado do cargo, em virtude se seu envolvimento nas denúncias. A possibilidade de renúncia não foi descartada por Otávio.

Redação Terra on line

POEMA DE LUIS FERNANDO VERÍSSIMO



DAR NÃO É FAZER AMOR

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado...

Luís Fernando Veríssimo
Em SP, Serra chama manifestante de... ‘energúmeno’


A coisa aconteceu na cidade de Guararapes, no interior de São Paulo. Consta de notícia veiculada na Folha.

O governador tucano José Serra discursava numa cerimônia de entrega de 57 ônibus escolares.

A certa altura, Serra pediu apoio aos prefeitos da região, para instalar hospitais preparados para atender portadores de deficiência física.

Um grupo de manifestantes do sindicato dos professores fazia barulho. Munidos de apitos, tentavam sufocar o discurso.

A certa altura, um dos integrantes da turma do apito pôs-se a dirigir impropérios a Serra. O presidenciável tucano abespinhou-se:

"Esse energúmeno é contra o atendimento dos cegos, é contra os deficientes físicos, é contra os ônibus escolares [...]. É contra tudo e todos".

A maior parte da platéia aplaudiu. Os manifestantes trocaram o silvo dos apitos pela vaia. Policiais trataram de retirar o “energúmeno” do local. Alegou-se que ele desacatara o governador.

Serra disse que estava na cidade a trabalho, não em “campanha”, como os manifestantes.

Antes do sururu de Guararapes, Serra estivera em São Luiz do Paraitinga, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas que infelicitam o Estado.

Entregara a moradores cheques de R$ 900. Dinheiro do programa Novo Começo. Um auxílio emergencial às famílias desabrigadas.

"Se depender de mim, ele será presidente", disse a dona de casa Alessandra Fernandes, uma das beneficiárias.

Campanha fora de época? Ex-ministro do TSE, o advogado Fernando Neves acha que não. Só haveria afronta à lei eleitoral, diz ele, Se houvesse pedido explícito de voto.

Como Serra não chegou a tanto, a coisa passa, no dizer do especialista, por "atividade de governo".

Então, tá! Mas não custa lembrar que os cheques poderiam chegar às mãos necessitadas por outras vias. Uma remessa bancária, por exemplo.

Aliás, não parece razoável supor que Serra vá entregar, um a um, os cheques destinados aos flagelados. Ele não teria tempo para mais nada.

Fonte: Blog do Josias

GOVERNAR UM PAIS E TRATAR TODOS COM IGUALDADE

Presidente Lula em Goiás

Lula em Goiás: Governar um país é tratar todos com igualdade

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Disposto a não deixar sem resposta insinuações de políticos que fazem oposição ao seu governo, o presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (12), durante inauguração das obras da Barragem do Ribeirão João Leite, em Goiânia (GO), que nunca discriminou governadores de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul, estados comandados pelo PSDB. Ele lembrou, como exemplos, a compra do Nossa Caixa, em São Paulo.

Lula pediu para que os prefeitos fossem indagados sobre como eram tratados no passado e no momento atual. Lula explicou que no passado só recebiam recursos do governo aqueles políticos ligados aos partidos aliados.

Lula citou como exemplo o governador de Goiás, Alcides Rodrigues, para explicar que na campanha em 2006 apoiou o ex-governador Maguito Vilela. Porém, ao ser eleito, o presidente manteve o canal de entendimento com Rodrigues, não lhe recusando recusos para obras em Goiás. E a inauguração da barragem, segundo o presidente, é outra confirmação de que “governar um país é tratar todos com igualdade”.

"Perguntem ao companheiro Alcides se faltou para ele um centavo que Goiás tivesse direito e que tivesse projeto? Aliás, deveriam perguntar para o outro [Maguito] se ele quando governador de um partido de oposição, se faltou dinheiro? Perguntem aos governadores de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul. Não é assim que se governa um país. Governar um país não é criar um grupo de amigos mas tratá-los todos em igualdades de condições", enfatizou.

Lula afirmou que uma das vertentes de sua administração é o investimento em saneamento básico. Alguns obstáculos enfrentados devem-se ao fato de o Brasil ter ficado mais de 25 anos sem investimentos em infraestrutura.

Lula lamentou o excesso causado pela legislação para liberar obras no país e afirmou que vai se mobilizar para tornar a legislação mais funcional – pediu para isso ajuda aos parlamentares. Lembrou ainda os entraves que existem para as obras do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, mas garantiu que tão logo os problemas estejam sanados, irá pedir pressa na construção.

O presidente Lula visitou as obras concluídas e, ao término da cerimônia, deslocou-se para almoço com o governador Alcides Rodrigues e políticos da região. À tarde ele inaugura, com o prefeito de Goiânia, Íris Rezende, a Escola Municipal Jornalista Jayme Câmara, e visita unidades habitacionais do Pró-Moradia no Jardins do Cerrado, distante 40 quilômetros do centro de Goiânia.

PT TRINTÃO UMA HISTÓRIA

PT, trintão, por Selvino Heck
em 10/02/2010



Fui quase tudo no PT: militante de base mesmo antes de sua fundação, dirigente (presidente do PT/RS, membro da Executiva estadual por 15 anos, membro do Diretório estadual durante 28 anos, membro do Diretório Nacional em dois períodos), deputado estadual constituinte, candidato em seis eleições, coordenador de campanhas. Sem falar na presença em governos municipais e agora no governo Lula desde 2003.

Ou seja, fui quase tudo no PT nestes 30 anos. TRINTA ANOS, quase uma vida. Olho para trás e lembro das primeiras reuniões de fundação do partido na Igreja da Pompéia em Porto Alegre, em meio às greves dos bancários com Olívio Dutra, da ressonância das greves do ABC com Lula. Lembro de uma reunião de lideranças comunitárias na vila Santa Helena, onde eu morava, na Lomba do Pinheiro, conjunto de vilas populares na periferia de Porto Alegre, quando apareceram militantes do MR-8 ‘disputando’ as mesmas lideranças e todos os presentes disseram que iriam entrar no PT. Lembro do difícil primeiro ano, quando eu Presidente da primeira Comissão Provisória do PT de Viamão, Região Metropolitana de Porto Alegre, (município governado há quatro mandatos pelo PT) e era preciso organizar o partido, juntar algum recurso para as atividades e a burocracia, e todos eram pedreiros, serventes, funcionários públicos, donas de casa, muitos deles militantes até hoje, sem dinheiro e experiência política.

Eram tempos de muita alegria e entusiasmo. Fazíamos tudo ao mesmo tempo: organizar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e a Pastoral Operária, lutar por água, saneamento, qualidade do transporte público nas Associações de Bairro, apoiar a Oposição Sindical da Construção Civil, fazer sair todos os meses o jornal O Lomba, militar no Núcleo do PT da Lomba do Pinheiro fundado em 1980. E discutir política, fazer cursos de formação, andar a pé por todas as vilas para convidar as pessoas a participar.

O PT surgiu assim, no esforço militante de base, na luta pela Anistia e pelas Diretas-Já. Ninguém tinha experiência política ou partidária. Todos eram igual noviços: primeiro partido, primeiras eleições, aprendendo no dia a dia. A luta interna não existia porque ninguém sabia ou conhecia tendências. Seguido aparecia alguém de diferentes grupos organizados tentando ‘ganhar’ algum militante. A nós interessava, do mesmo jeito que melhorar o transporte público ou ter um sindicato combativo, ter um partido que todos e todas construíssem junto, para não ter de votar a cada eleição em candidatos que não eram conhecidos ou não tinham compromisso com os problemas das vilas populares ou dos trabalhadores.

1980 não é 2010 nem poderia ser. O PT cresceu em número de parlamentares, em número de governos – governa até o Brasil -, em estrutura. Como tudo na vida, institucionalizou-se. Os tempos também mudaram. Pela primeira vez na história do Brasil, partidos completam 30 anos na legalidade. A democracia brasileira e latino-americana está se consolidando, embora ainda sua precariedade e limites. O Brasil passaram por diferentes governos e pelo neoliberalismo, o mundo atravessou crises profundas como a atual. As utopias de então, 1980, não necessariamente são as mesmas de 2010, até porque o Muro caiu.

Que dizer então hoje do PT trintão? Está a caminho da maturidade ou envelheceu? É capaz de superar suas próprias crises e eventuais desvios, rejuvenescer-se, continuar ligando o sonho da transformação à realidade e à vida do povo, mesmo sendo instituição e governo?

Permaneço no PT como muitos ou a maioria que o começou. Há os que abandonaram o barco, alguns com justas ou aceitáveis razões, por não o verem mais revolucionário como há 30 anos, outros tantos o largaram porque abandonaram idéias de mudança e resolveram cuidar da vida.

Permaneço no PT porque ainda acredito em partidos como necessários para promover a mudança, embora milite e tenha sempre um pé nos movimentos sociais e na educação popular, até mesmo no governo Lula, com a construção da Rede TALHER de Educação Cidadã e do Programa Escolas-Irmãs.

Permaneço no PT porque, olhando o cenário brasileiro, não vejo nenhum partido capaz, como o PT, de apontar o futuro, capaz de mexer com milhares de filiados, fazê-los sair de casa, capaz de promover debates e reflexões, fazer ainda chorar de entusiasmo e paixão algumas vezes, como no último Encontro Estadual do Rio Grande do Sul, quando Tarso Genro foi escolhido candidato a governador.
Permaneço no PT, porque ainda tem a condição, mesmo nas imperfeições, não poucas, de lutar pelo novo e diferente, ainda permite a divergência e a troca de idéias, ainda consegue de algum modo enfrentar seus erros e mazelas, como quando institui um Código de Ética à luz da crise vivida em 2005.

É o partido dos meus sonhos e da perfeição? Talvez não seja mais. Talvez nunca tenha sido. Errou e acertou. Cabe perguntar: mais erros ou mais acertos? A complexidade econômica, social, cultural de um país como o Brasil ou mesmo a natureza humana exigem manter os pés no chão. Nada e ninguém é perfeito, embora algumas coisas possam ser melhores que as outras.

Inegavelmente, hoje ninguém o nega, o PT tem prestado enormes serviços ao Brasil e ao seu povo. Lutou contra a ditadura. Trouxe ao Parlamento vozes lá nunca ouvidas antes. Levou aos governos práticas como o Orçamento Participativo, que revolucionam a coisa pública. Levou para o cenário político, como ninguém tinha feito antes, os pobres e trabalhadores que ao longo de séculos sempre foram condenados ao fundo do palco ou no máximo a serem os depositantes do voto nos coronéis de plantão.

É certo que todos e todas que ajudamos o Partido dos Trabalhadores a ser trintão fizemos e fazemos história. Por isso, longa vida ao PT e aos seus militantes corajosos, dedicados, sonhadores, generosos, revolucionários.

*Selvino Heck é assessor Especial do Gabinete do Presidente da República